Dados do Trabalho


Título

IMPORTANCIA DO DIAGNOSTICO PRECOCE E TRATAMENTO DA CETOACIDOSE DIABETICA EUGLICEMICA

Fundamentação teórica/Introdução

A cetoacidose diabética euglicêmica (CAD-E) é uma emergência clínica que pode ocorrer em indivíduos com DM1 ou DM2, sendo considerada uma complicação pouco comum, mas potencialmente grave. É caracterizada por euglicemia (glicose inferior a 200 mg/dL), na presença de cetoacidose metabólica grave (pH arterial menor que 7,3; bicarbonato menor 18 mEq/L) e cetonemia (se disponível). Essa condição está associada a vários fatores de risco como jejum, cirurgia, gravidez, etilismo, sepse e medicações. Na prática é um diagnostico difícil e de exclusão.

Objetivos

Ressaltar a importância do reconhecimento e diagnóstico precoce da CAD-E

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, relato de caso, o qual correlaciona-se dados clínicos e laboratoriais visando o diagnóstico precoce da CAD-E associado a revisão de literatura em bases de dados nacionais e internacionais.

Resultados

J.R, 26 anos, feminino, procedente de Carapicuiba-SP. Antecedente de etilismo, diabetes mellitus tipo 1 e doença renal crônica não dialítica. Apresentava dor abdominal em hipogástrio associada a disúria há 10 dias. Deu entrada em serviço terciário séptica, anemia (hemoglobina 4,8 g/dL), disfunção renal (creatinina 20,97 mg/dL; ureia 395 mg/dL), hipercalemia (K 5,4 mmol/L), glicemia sérica 195 mg/dL, acidose metabólica (pH 7,01; HCO3 5,9 mEq/L), ânion gap elevado (AG = 17) e urina 1 com leucocitúria e cetonúria. Realizada hipótese de CAD-E e sepse de foco urinário. Iniciado hidratação endovenosa, reposição de bicarbonato, terapia com insulina regular em bomba, ceftriaxone e hemodiálise. Evoluiu com choque séptico de foco urinário. Escalonado antibiótico para meropenem e mantido tratamento para CAD-E. Apresentou reversão do quadro e recebeu alta após com seguimento em hemodiálise.

Conclusões/Considerações Finais

A CAD-E é uma emergência clínica pouco reconhecida no meio clínico. A paciente do caso apresentava fatores de risco como etilismo e deu entrada com sepse e evoluiu posteriormente com choque séptico. Faz-se necessário cumprir alguns critérios para o diagnóstico (glicose < 200; acidose metabólica; ânion gap elevado). É recomendado iniciar prontamente a hidratação e correção das anormalidades eletrolíticas, seguido de insulina em bomba até que o ânion gap e os níveis de bicarbonato se normalizem para obter um bom desfecho clínico, além, da terapia especifica para controle de foco infeccioso como apresentado.

Palavras Chave

Cetoacidose diabética euglicêmica, acidose metabólica, diabetes mellitus tipo 1

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

THAISA BRIANTI MARTINS FERREIRA, BEATRIZ NASCIMENTO PASQUALE, RODRIGO LEAL DE JESUS ALVES, CARLOS EDUARDO ANDRADE PEGOLO, VITORIA MORAIS MINOSSI ZAINA