Dados do Trabalho


Título

ASSOCIAÇAO DE FEOCROMOCITOMA E NEUROFIBROMATOSE DO TIPO 1: UM RELATO DE CASO.

Fundamentação teórica/Introdução

Feocromocitoma (FEO) e Paragangliomas são tumores raros - ocorrem em 0,2% dos pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) -, originam-se de células cromafins da medula adrenal e dos gânglios simpáticos e são secretores de catecolaminas. Dentre vários distúrbios familiares associados ao FEO, destaca-se a Neurofibromatose tipo 1 (NF1), cuja frequência de FEO nesses pacientes é de 2 a 3%.

Objetivos

Apresentar as manifestações clínicas e diagnóstico de FEO de uma paciente jovem com NF1.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Paciente femino, 26 anos, portadora de NF1 (diagnosticado desde o nascimento e cirurgia para descompressão medular aos 15 anos), apresentou há 4 anos palpitações súbitas e esporádicas, com piora ao se exercitar ou ao deitar-se e melhora ao repouso, associada a dispneia, tremores de mãos de forma progressiva e episódios de vertigem subjetiva ao se exercitar e em escada rolante, negando dor precordial, diaforese e edema de membros inferiores. Dessa maneira, procurou atendimento no setor de cardiologia, em que se observou ao exame físico pressão arterial 130x80 mmHg e frequência cardíaca de 115 batimentos por minuto, sem outras alterações. Evoluiu há 3 anos com cefaleia biparietal latejante de alívio parcial com relaxante muscular, com aumento de frequência ao longo dos anos e há 2 anos, manifestou dor em flanco esquerdo em cólica, com irradiação para dorso, junto a episódios de disautonomia (taquicardia súbita, sem relação com exercício físico). Ao analisar o caso, optou-se pela investigação de HAS secundária. Solicitado metanefrinas urinárias (>2840 mcg/24h), e tomografia de abdome, em que se observou formação expansiva sólido-cística (300 cm³), com margens lisas, localizada adjacente ao pólo superior do rim esquerdo, confirmando o diagnóstico de FEO. Iniciado terapia pré-operatória com alfabloqueio (Doxasozina), betabloqueio (Carvedilol e Diltiazem) e dieta hiperssódica com hiperhidratação, sendo encaminhada posteriormente para ressecção cirúrgica, sem intercorrências, com resolução do quadro e suspensão de terapia de bloqueio adrenérgico.

Conclusões/Considerações Finais

Embora a maioria dos casos de FEO seja esporádica, tem-se 40% dos casos como parte de um distúrbio familiar (herança autossômica dominante): Síndrome de von Hippel-Lindau, Neoplasia Endócrina Múltipla tipo 2 e, menos comumente, NF1. Assim, nota-se a importância de considerar o teste genético para todos os pacientes com FEO ou paraganglioma, como também de suspeitar-se de FEO em pacientes com NF1, como foi feito no caso relatado.

Palavras Chave

Feocromocitoma. Neurofibromatose 1. Hipertensão.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

LETICIA BARBOSA CAETANO, GUSTAVO NAHUEL LEYES ONTIVERO, LEONARDO CARVALHO OLIVEIRA, MATHEUS CESAR VIEIRA BARROS , THIAGO ARRUDA REZENDE