Dados do Trabalho

Título

MULTIPLAS TROMBOSES ARTERIAIS SECUNDARIAS A SINDROME NEFROTICA: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A Síndrome Nefrótica (SN) é uma patologia glomerular cujo marco central é a perda em grande volume de proteínas na urina. Alguns pacientes apresentam perda acentuada de antitrombina III, culminando em aumento do risco de episódio tromboembólicos. A trombose na SN é mais comum em leitos venosos, sendo raro o acometimento arterial.

Objetivos

Relatar um caso de múltiplas tromboses arteriais em um paciente com diagnóstico prévio de SN.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo do tipo relato de caso.

Resultados

Paciente de 21 anos, sexo masculino, com diagnóstico prévio de SN (padrão histológico glomeruloesclerose segmentar focal) deu entrada na emergência com quadro de disartria, desvio da rima labial e hemiparesia à esquerda. A glicemia capilar era 90 mg/dL. Escala de Glasglow foi de 15/15 pontos e o National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) foi de 10 pontos. A TC de crânio revelou sinal da artéria hiperdensa no ramo M2 da artéria cerebral média direita, compatível com Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi). O eletrocardiograma não evidenciou alterações patológicas e o perfil lipídico estava dentro dos padrões de normalidade. Com a indisponibilidade de trombólise química e/ou mecânica no município foi optado pelo manejo clínico conservador. O paciente teve melhora dos déficits neurológicos, com alta após 36 horas com NIHSS de 1. 3 semanas após a alta o paciente deu entrada no departamento de emergência com dor de forte intensidade em membro inferior esquerdo (MIE). Apresentava palidez em extremidade, ausência de pulso pedioso, poiquilotermia, redução da sensibilidade e redução da força muscular. USG doppler evidenciou trombose da artéria femoral comum esquerda e das artérias femorais superficiais e profundas esquerdas. Foi realizada anticoagulação com AAS e heparina não-fracionada, analgesia e cuidados do membro acometido. O paciente apresentou melhora importante dos sintomas após 48 horas, com o tratamento invasivo sendo contraindicado pela equipe de cirurgia vascular. As investigações para trombofilias, lúpus eritematoso sistêmico e síndrome do anticorpo antifosfolípede foram negativas. Com a exclusão de outras causas a SN foi elencada como a causa dos episódios trombóticos.

Conclusões/Considerações Finais

O caso reforça a importância de observar os critérios de anticoagulação nos pacientes com síndrome nefrótica, individualizando a decisão clínica.

Palavras Chave

Síndrome nefrótica; Embolia e trombose; Acidente vascular cerebral isquêmico.

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Área

Clínica Médica