Dados do Trabalho

Título

LEISHMANIOSE VISCERAL E AREA DESMATADA: ASPECTOS ACERCA DA CORRELAÇAO DOS CASOS CONFIRMADOS

Fundamentação teórica/Introdução

A leishmaniose é causada por protozoários da espécie Leishmania chagasi, cujos principais vetores são mosquitos dos gêneros Lutzomyia. A forma visceral da doença possui prognóstico desfavorável quando não tratada, chegando a 90% de mortalidade. Há a preocupação epidemiológica de que o desmatamento e expansão da urbanização em áreas de mata virgem possa expor populações a reservatórios até então isolados, contribuindo para o aumento de casos especialmente entre populações socialmente vulneráveis.

Objetivos

Analisar aspectos acerca da correlação entre os casos confirmados de Leishmaniose visceral e área desmatada, no estado do Pará.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo documental, transversal, retrospectivo e de abordagem quantitativa. Os dados acerca da leishmaniose foram coletados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), considerando casos confirmados da forma visceral (CID10: B55) no período de 2016 a 2022. As informações sobre o desmatamento foram obtidas a partir da plataforma Terra Brasilis do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais através de coleta do incremento de desmatamento acumulado por ano de 2016 e 2022. Para a análise estatística foi empregado o teste de Shapiro-Wilk para a verificação de normalidade e o teste Pearson para investigação da correlação utilizando software BioEstat 5.0.

Resultados

Foram confirmados 2441 casos de leishmaniose visceral no estado do Pará no período analisado, com média de 348.7 casos ao ano. O incremento de desmatamento acumulado total foi de 26623 km², tendo em média 3803.2 km²/ano. Ambas as variáveis tiveram distribuição normal pelo método de Shapiro-Wilk. O teste de Pearson foi estatisticamente significante (p = 0.008, R2 = 0.77), denotando correlação ente os casos de leishmaniose visceral e área desmatada.

Conclusões/Considerações Finais

Observou-se correlação entre o desmatamento e os casos de leishmaniose visceral confirmados no estado do Pará. O presente trabalho nos convida a refletir acerca da relevância de estudos mais aprofundados acerca dos fatores sociais e ambientais relacionados à transmissão da patologia de modo a gerar subsídios para a coordenação de políticas públicas e ambientais com um olhar atento à população em regiões marcadas por esse agravo como é o caso da Amazônia paraense.

Palavras Chave

Leishmaniose Visceral; Conservação dos Recursos Naturais; Ecossistema Amazônico; Epidemiologia.

Arquivos

Área

Clínica Médica