Dados do Trabalho


Título

DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DE MALARIA POR PLASMODIUM FALCIPARUM (P. FALCIPARUM) EM PACIENTE PROVENIENTE DA AFRICA ORIENTAL

Fundamentação teórica/Introdução

A malária é uma doença infecciosa associada a protozoários do gênero Plasmodium, sendo as espécies associadas à malária humana o P. falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale. Sua apresentação clínica e prognóstico são variados e a correta identificação do agente etiológico de forma precoce é fundamental para direcionar o plano terapêutico e melhorar seu desfecho.

Objetivos

Descrever diagnostico e abordagem de malária por P. falciparum , condição rara em nosso país.

Delineamento e Métodos

Relato de caso.

Resultados

Paciente, 32 anos, em missão de paz na Tanzânia, iniciou no dia 05/08 quadro de diarreia, êmese e febre intermitente, refratária a sintomáticos. Evoluiu com icterícia, fadiga e dispneia. Diante da piora do quadro, procurou atendimento médico no Tasakhtaa Hospital (Zanzibar) onde foi feito o rastreio de Malária.
Coletado gota espessa, que revelou a presença de P. Falciparum. Demais exames laboratoriais revelaram quadro de anemia hemolítica . Com Hb =3,5 mg/dl, aumento de bilirrubina indireta, LDH e reticulócitos.
Realizou, ainda na África, tratamento com Artesunato, sem resposta terapêutica adequada. Diante disso, foi transferida ao Brasil para seguir tratamento em unidade fechada.
Chega ao Rio de Janeiro no dia 15/08, em uso de máscara reservatório, 6 litros e com queixa de dor em panturrilha direita. Apresentou D dímero de 26900 e doppler venoso que confirmou trombose de veia fibular esquerda. Sem outras alterações clínicas ou laboratoriais relevantes.
Coletado novo exame de gota espessa que confirmou a presença de P. falciparum. Feito por 03 dias Arteméter 20 mg + Lumefantrina 120 mg, associado à clindamicina.
Paciente evoluiu com melhora do quadro . Normalizou marcadores de hemólise, desmamando oxigenoterapia e melhorando da febre e icterícia. Recebeu alta hospitalar no dia 22/08, assintomática.
Mais de 99% dos casos de malária autóctones no Brasil tem origem na região Norte, onde o agente mais prevalente é P. vivax, com o P. falciparum de forma isolada ou mista. correspondendo apenas a 17% do total de casos. Situação distinta da África, onde este protozoário é o mais prevalente. Seu tratamento de primeira linha para casos não complicados tem bom prognóstico clínico, sendo feito com Arteméter 20 mg + Lumefantrina 120 mg e primaquina, sendo a clindamicina uma opção na ausência desta quinina.

Conclusões/Considerações Finais

O presente caso ilustra a relevância da suspeição clínica de malária em locais de alta prevalência da doença. Aliado à rápida identificação do patógeno e manejo terapêutico adequado imediato.

Palavras Chave

Malária; P. falciparum; hemólise; Arteméter; Lumefantrina

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL DE FORÇA AÉREA DO GALEÃO - Rio de Janeiro - Brasil, HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

RAFAEL VICENZO VALENTINI, DANIELA FARIA FERREIRA, SOPHIA ISABEL LINNEMANN KILGORE, JULIA VIDAL SPINELLI, CHRISTIAN ZUCOLOTTO