Dados do Trabalho
Título
ADESAO AO PROTOCOLO DE SEPSE EM UM HOSPITAL ESCOLA NO INTERIOR DO BRASIL
Fundamentação teórica/Introdução
INTRODUÇÃO: O reconhecimento e tratamento precoce da sepse são essenciais para reduzir mortalidade e outros desfechos. A incorporação de protocolos específicos para gerenciar pacientes com sepse é uma estratégia que corrobora este desafio e pode garantir a segurança do paciente e sistematização da saúde baseada em valor.
Objetivos
OBJETIVO: Avaliar a adesão dos médicos ao protocolo de sepse de um Hospital Escola localizado no Vale do Rio Pardo, interior do Rio Grande do Sul, Brasil.
Delineamento e Métodos
MÉTODO: Trata-se de um estudo prospectivo e observacional de pacientes com critérios de inclusão que foram submetidos ao protocolo de sepse, entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022. O protocolo, de modo geral, consiste em intervenções consecutivas: triagem por enfermeiro capacitado; alerta em prontuário eletrônico para médico; conjunto de ações específicas para manejo e terapia direcionada por alvos para sepse.
Resultados
RESULTADOS: Foram avaliados 1.100 pacientes que dispararam o protocolo de sepse. O acionamento do protocolo ocorreu majoritariamente pelo setor de emergência (87,9%). Pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde correspondiam a 41,2% (n= 464) e 31,6% (n=356) via convênios diversos. A adesão ao disparo do protocolo pelo médico ocorreu em 13,8% (n=155) e apenas 4,9% (n=55) foram finalizados. Foram rejeitados 34,3% (n=386) dos protocolos sem justificativa e ignorados 47,1% (n=530) pelo médico assistente. Em 69,6% (n=108) havia data e hora da dispensação do antibiótico; 55,4% (n=86) apresentavam o pedido de hemocultura e 70,3% (n=109) data e hora da coleta de lactato. Somente 3,1% (n=34) dos exames foram conferidos pelo sistema do protocolo de sepse, ou seja, os médicos assistentes não preencheram o protocolo com os novos dados. O diagnóstico de sepse ocorreu em 19,2% (n=216) dos pacientes. Destes, com diagnóstico de sepse, 31% (n=67) foram a óbito. O intervalo médio entre diagnóstico e óbito por sepse foi de 3 dias, já o período entre diagnóstico e alta hospitalar, em média, de 34 dias. A mortalidade geral dos pacientes foi de 6,9% (n=78).
Conclusões/Considerações Finais
CONCLUSÃO: A incorporação do protocolo de sepse é eficaz na identificação precoce dos pacientes com sepse, otimizando assistência em saúde baseada em evidências e resultados. Todavia, ainda se percebe uma baixa adesão ao protocolo instituído. Estratégias de educação em saúde são necessárias para melhorar os resultados de adesão da equipe, especialmente, do médico.
Palavras Chave
DESCRITORES: Sepse; Gestão da Informação em Saúde; Avaliação de Resultados em Cuidados de Saúde.
Arquivos
Área
Clínica Médica
Categoria
Trabalhos Científicos
Instituições
Hospital Santa Cruz - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
VICTOR GOTTEMS VENDRUSCULO, ROCHELE MOSSMAN MENEZES, GESSICA MILANI CARNEIRO, MICHELLE VIRGINIA EIDT, MARCELO CARNEIRO