Dados do Trabalho


Título

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DE VASCULITE UNICA DE TRONCO CELIACO: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

O diagnóstico diferencial de vasculites que acometem os vasos abdominais é amplo. Nas vasculites de vaso único esse diagnóstico torna-se ainda mais desafiador.

Objetivos

Descrever um caso de possível infestação pelo Angiostrongylus costaricensis em uma paciente do sexo feminino no sul do Brasil.

Delineamento e Métodos

Relato de caso referente a atendimentos realizados em um hospital de referência na cidade de Porto Alegre-RS. As informações contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisão do prontuário, exames de imagem e procedimentos com autorização da paciente por meio de termo de consentimento livre e esclarecido e revisão de literatura.

Resultados

Paciente feminina de 46 anos de idade procurou o serviço de Emergência com queixa de intensa dor abdominal associada a náuseas e inapetência sem outras manifestações. Ao exame físico, estava hemodinamicamente estável e apresentava distensão abdominal. Foram solicitados exames laboratoriais que não demonstraram alterações sendo realizada tomografia computadorizada de abdome total que evidenciou importante infiltração e espessamento das paredes do tronco celíaco, da artéria hepática comum e das porções proximais da artéria hepática própria e artéria esplênica relacionado a um processo inflamatório com redução do calibre desses segmentos. Ainda, identificou-se uma ulceração na parede inferior do tronco celíaco. A paciente foi avaliada pela equipe de Reumatologia que, após discussão e revisão de literatura, levantou a hipótese de infecção pelo Angiostrongylus costaricensis, nematelminto proveniente da Costa Rica e endêmico no Rio Grande do Sul, que possui parte de seu ciclo vital em vasos do trato digestivo, gerando quadros que mimetizam vasculite. O diagnóstico é confirmado por meio de testes sorológicos que possibilitem a identificação de IgG e IgM específicos, contudo, tais testes não estão comercialmente disponíveis em nosso meio. A infecção é autolimitada e não cursa com complicações e a administração de anti-helmínticos podem agravar o quadro.

Conclusões/Considerações Finais

Este relato apresenta a fundamental relevância de se investir em uma boa anamnese, exame físico e, quando necessário, de exames complementares para um diagnóstico correto, sobretudo, quando se trata de patologias que podem ser consideradas singulares da prática clínica.

Palavras Chave

vasculite abdominal, angiostrongilíase

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Feevale - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

ALLANA CRISTINA VICTORIO SIRQUEIRA, FRANCISCO MATEUS VIEIRA, LUIZA DE SANT'ANNA PETRUCCI, MATEUS ALAN MARASCA, RAFAEL CORADIN