Dados do Trabalho


Título

Síndrome de Brugada: um relato de caso

Fundamentação teórica/Introdução

A Síndrome de Brugada (BrS) é uma doença cardíaca genética de caráter autossômico dominante, associada à mutação de um gene que codifica canais de sódio aumentando o risco de morte súbita devido a arritmias ventriculares como: taquicardia ventricular polimórfica e fibrilação ventricular. O padrão eletrocardiográfico característico é de supradesnivelamento do segmento ST em “corcova de golfinho” nas derivações precordiais direitas (V1 a V3), porém este é um achado intermitente. São variáveis de risco: síncope, padrão eletrocardiográfico tipo 1 espontâneo e indutibilidade de arritmias ventriculares durante estudo eletrofisiológico (EEF).

Objetivos

Relatar um caso de BrS em um paciente acompanhado na Unidade de Terapia Intensiva Cardiovascular (UTICV) do Hospital São Lucas da PUC-RS.

Delineamento e Métodos

Estudo de relato de caso.

Resultados

LSH, 34 anos, sexo feminino, portadora de cardiodesfibrilador implantável (CDI) por BrS, internada em UTICV em 03/03/23 com relato palpitações seguidas de choque apropriado do (CDI) em 25/02/23, por taquicardia ventricular (TV) com frequência cardíaca (FC) > 220, com tentativa de burst sem sucesso, confirmada na avalição do dispositivo. História médica pregressa: Relato de dois episódios de síncope após libação alcoólica,na adolescência,teste ergométrico com indução espontânea de TV sustentada; e estudo eletrofisiológico (EEF)em 26/11/2022 com indução de TV polimórfica, optando-se então por implante de CDI VVI; por provável BrS. História atual: Na internação, tinha eletrocardiograma (ECG) com ritmo sinusal, bloqueio atrioventricular de primeiro grau, e alterações da repolarização em V1 e V2 que sugeriam padrão de Brugada tipo I. Foi submetida a EEF em 06/06/23 onde não houve indução de TV sustentada durante o exame, nem evidência de área de fibrose em mapeamento ventricular direito, porém após manobras, houve indução de flutter atrial sendo realizado ablação com sucesso. Durante a internação manteve dor residual por choque de CDI, de leve intensidade, sem palpitações, dispneia, e ausência de novos disparos do CDI. Recebeu alta com prescrição de betabloqueador – Succinato de Metoprolol 50mg/ dia e Apixabana 5mg por 30 dias, e orientação de seguimento ambulatorial.

Conclusões/Considerações Finais

Este caso ilustra uma síndrome genética rara com risco de morte súbita em que um melhor reconhecimento desta pelos médicos em geral, levaria a detecção de casos mais leves e tratamento adequado prevendo desfechos desfavoráveis.

Palavras Chave

Arritmias, Brugada.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital São Lucas PUCRS - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

GLEYCIANE LANDIM DA SILVA, VANESSA GRINGS, KARINA ANDRADE , THALES DANIEL ACKER