Dados do Trabalho


Título

FEBRE DE ORIGEM OBSCURA - PARACOCCIDIOIDOMICOSE COM EOSINOFILIA E COLESTASE - RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A paracoccidioidomicose é uma micose sistêmica que está entre as dez principais causas de morte por doenças infecciosas e parasitárias no Brasil. Adquirida pela inalação dos fungos Paracoccidioides brasiliensis e P. lutzii presentes no solo, é mais comum em homens de 30 a 60 anos, classicamente manifestada com acometimento pulmonar e de vias aéreas, podendo também atingir diversos outros órgãos.

Objetivos

Descrever um caso de apresentação atípica de paracoccidioidomicose juvenil.

Delineamento e Métodos

Relato de caso acompanhado em enfermaria de clínica médica em hospital municipal de Petrópolis/RJ.

Resultados

D.A.O.S, 28 anos, masculino, negro, solteiro, residente de Petrópolis/RJ, trabalha na fabricação de telhas de alumínio, foi internado em hospital terciário, devido a astenia, inapetência, perda ponderal de aproximadamente 5kg em 2 meses, associado a febre baixa vespertina diariamente e sudorese noturna, associada a alteração do hábito intestinal, intercalando períodos evacuatórios normais com constipação há 3 semanas. Negava sintomas urinários ou respiratórios. Ao exame, apresentava-se hipocorado, astênico, sem linfonodomegalias palpáveis. Exame cardiovascular, respiratório e abdominal dentro dos parâmetros da normalidade. Tomografia de tórax, abdome e pelve sem alterações agudas e compatíveis com a faixa etária. Exames laboratoriais evidenciando anemia normocítica e normocrômica, eosinofilia (34% de 28510 leucócitos) e colestase intra-hepática (fosfatase alcalina: 1031,5U/L e gama glutamil transferase: 250,9 U/L, bilirrubina direta: 0,6 mg/dl e bilirrubina indireta: 0,4mg/dl). Ressonância Magnética de abdome superior evidenciando hepatoesplenomegalia, nódulos hipocaptantes de contraste no baço e linfonodomegalias retroperitoneais. Mediante alteração hematológica, realizado aspirado de medula óssea onde foi evidenciado processo inflamatório crônico granulomatoso, contendo fungos e esporulação múltipla, fechando o diagnóstico de paracoccidioidomicose. Frente à estabilidade clínica, paciente recebeu alta hospitalar e foi instituído tratamento a nível ambulatorial.

Conclusões/Considerações Finais

Por não ser um agravo de notificação compulsória, não há dados epidemiológicos da magnitude da paracoccidioidomicose a nível nacional. Entretanto, atualmente vemos não só um aumento do número de casos, mas também alteração na distribuição geográfica da doença, que deve nos alertar para passarmos a colocá-la como importante diagnóstico diferencial, não só de um quadro respiratório clássico, mas, também, em um caso de febre de origem obscura.

Palavras Chave

Paracoccidioidomicose; febre de origem obscura; eosinofilia; colestase.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

TAIS MONTE REAL RAÑA, ARTHUR DE ARAÚJO GIANOTTI FRANCISCO, MARIA CLARA PORTUENSE ESPERANÇA, MARIA OLIVEIRA THIÉBAUT