Dados do Trabalho


Título

ANGIOSARCOMA EM FISTULA ARTERIO VENOSA NAO FUNCIONANTE EM PACIENTE TRANSPLANTE RENAL

Fundamentação teórica/Introdução

O angiosarcoma (AS) é uma complicação rara de fistulas arterio-venosas (FAV) funcionantes e não funcionantes. É um sarcoma agressivo, originado de células endoteliais vasculares ou linfáticas.

Objetivos

Apresentamos um caso de AS FAV não funcionante, em paciente transplantado renal há 22 anos, em uso de imunossupressores (IS).

Delineamento e Métodos

Relato de caso:

Resultados

Relatamos o caso de homem, 60 anos, com doença renal crônica por glomerulonefrite rapidamente progressiva, diagnosticada em 1995, submetido a pulsoterapia, sem recuperação da função renal. Realizou hemodiálise por 1 ano, e posteriormente, diálise peritoneal por 2 anos. Submetido a transplante renal com doador vivo relacionado em 1997 evolui com função renal ideal e estável (cr 0,9) durante 22 anos, em uso de micofenolato, ciclosporina e prednisona. No pós transplante, não apresentou episódio de rejeição, e não recebeu doses adicionais de IS além dos medicamentos de manutenção. Em consulta de rotina, em 2018, queixa de discreto desconforto na FAV do MSE, que não usava desde 1996, a qual apresentava trombose parcial desde o transplante. Como o paciente realizava atividade física intensa, e houve um aumento do volume da FAV, optou-se por encaminhar o paciente para cirurgia vascular para fechamento da FAV. Durante o procedimento, cirurgião observou massa aderida a parede vascular na anastomose AV, que foi enviada para AP, com diagnóstico de ANGIOSARCOMA. No estadiamento clínico, com PET scan, foi observado linfonodo aumentado e lesão lítica em ombro esquerdo. A terapia imunossupressora foi convertida para Everolimo e prednisona. Paciente recebeu terapia com paclitaxil, ampliação da ressecção no local da FAV, 33 sessões de radioterapia e pazopanibe. sem boa resposta. Durante o tratamento evoluiu com Cr estável. Desenvolveu múltiplas metástases pulmonares e ósseas, com óbito em 20/01/2020, dois anos após o diagnóstico

Conclusões/Considerações Finais

O AS tem comportamento agressivo, recorre localmente, e tem alta taxa de metástases sistêmicas. Na revisão da literatura, metade dos pacientes apresentavam metástases no momento do diagnóstico. O AS de FAV pode ocorrer em paciente transplantados ou não. Como a apresentação não é específica, e como o desenvolvimento de trombos em FAV, com áreas endurecidas é frequente, um alto índice de suspeição diagnóstica. O tratamento primário é a cirurgia radical, quimioterapia e radioterapia local. No entanto, apesar do tratamento multimodal, o prognóstico destes pacientes permanece pobre

Palavras Chave

transplante renal, imunossupressão, osteosarcoma, neoplasia pós transplante, fistula arterio venosa

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

LARA FABIANE SOLAK, THIAGO VINICIUS DEBONI DAUDT, MARIA HELENA DE SOUZA CATTETE REIS, LEONORA ZOZULA BLIND POPE, LUCIANE MONICA DEBONI