Dados do Trabalho


Título

INTERVENÇAO TERAPEUTICA BEM-SUCEDIDA EM PACIENTE COM MIXEDEMA PRE-TIBIAL: RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

O mixedema pré-tibial, também chamado de dermopatia da tireoide, é uma condição incomum relacionada à doenças autoimunes desta glândula, frequentemente associado à oftalmopatia de Graves, embora também possa estar presente na tireoidite de Hashimoto. Esse fenômeno ocorre em 4% dos portadores da doença de Graves (DG) e sua localização mais comum é na área pré-tibial anterior e dorso dos pés. Os achados do exame físico incluem pápulas ou nódulos demarcados, rosa ou marrom-púrpura sobrepostos a um espessamento e endurecimento sem depressão. Com relação à terapêutica, considera-se ainda um desafio, visto que várias modalidades são utilizadas, como corticosteróides tópicos, intralesionais, e sistêmicos, rituximabe e imunoglobulinas endovenosas de alta dose. No entanto, não há consenso quanto a um tratamento de primeira linha.

Objetivos

Relatar um caso de mixedema pré-tibial com evolução favorável à terapêutica com corticosteroide intralesional.

Delineamento e Métodos

Relato de caso

Resultados

Paciente do sexo feminino, 40 anos, portadora da Doença de Graves desde 2019, em tratamento irregular com Tapazol 20 mg ao dia, evoluiu com lesões nodulares assintomáticas há 3 anos, em membro inferior esquerdo, com início do quadro de menor intensidade em membro inferior direito há um ano. Ao exame físico, constatou-se nódulos associados a edema não depressível, na região pré-tibial esquerda, de aproximadamente 7 centímetros, com hiperpigmentação e hipertricose, além de exoftalmia bilateral. Ao exame histopatológico apresentava epiderme hiperplásica, ceratótica, com hipermelanose basal cobrindo derme com material basófilo mixóide, dissociando fibras colágenas, compatíveis com mixedema pré-tibial.
Diante da confirmação do quadro clínico, foi estabelecido plano terapêutico, há 2 meses, com acetato de triancinolona 20 mg/mL sem diluição, aplicado em 12 pontos: 0,1 mL por ponto depositado através de agulha 26G½, com distância de 1 cm entre os pontos, com frequência mensal. Notou-se redução do edema não depressível e dos nódulos, com melhora da coloração da pele acometida.

Conclusões/Considerações Finais

Faltam dados na literatura que demonstrem informações clínicas para o tratamento do mixedema pré-tibial, como acompanhamento a longo prazo, para constatar a eficácia. Entretanto, alguns pacientes com mixedema pré-tibial apresentam boa resposta ao uso de corticoides, sem apresentarem efeitos colaterais, como relatado neste caso, o que incentiva o emprego dessa técnica.

Palavras Chave

Mixedema pré-tibial, Doença de Graves, Corticosteroide, Tratamento, Eficácia;

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro de Referência Médica São Judas - Santa Catarina - Brasil, Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI - Santa Catarina - Brasil

Autores

GLAUCO ARAUJO DE OLIVEIRA, GIANE ELIS GAUZE, FLAVIA TURMENA BAGGIO, GABRIELA DAL PIVA , JULIA CASANOVA VINHAGA