Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁTICA (PTI) INDUZIDA POR PICADA DE ARANHA MARROM.

Fundamentação teórica/Introdução

A aranha marrom é um aracnídeo venenoso do gênero Loxosceles. Seu veneno tem efeito citotóxico e hemolítico. Muitas enzimas contribuem para as manifestações clinicas levando a hemólise mediada por toxinas e destruição de eritrócitos mediada por complemento, além dos achados cutâneos comumente presentes em picadas de aranha marrom. Sua picada não causa dor e geralmente o indivíduo só percebe após alguns dias com a evolução da lesão no local da picada.

Objetivos

Descrever a evolução clínica da picada de aranha marrom para PTI.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um relato de caso.

Resultados

C.R.A., 34 anos, mecânico, residente em Teresópolis/RJ, obeso, foi admitido em uma unidade de terapia intensiva de um hospital no interior do Rio de Janeiro com quadro de epistaxe e lesões purpúricas difusas, visualizadas através da ectoscopia, sobretudo em tronco e abdome. Pressão arterial de 130x80 mmHg, frequência cardíaca 98 batimentos por minuto, frequência respiratória de 18 incursões respiratórias por minuto e saturação de oxigênio de 97% em ar ambiente. Ausculta cardíaca com ritmo cardíaco regular em dois tempos, bulhas normofonéticas. Pulmões limpos. Exame dos membros inferiores evidenciando possível topografia de picada de aranha marrom em regiões de calcanhar direito e panturrilha esquerda. Exames laboratoriais revelando hemoglobina de 7,4 g/dl, hematócrito de 23,1%, leucócitos de 9.100/mm3 e plaquetas de 4.100/mm3, Função hepática, marcadores de colestase e níveis de creatinina normais. Aventada hipótese de púrpura trombocitopênica idiopática (PTI), foi submetido a pulsoterapia com Metilprednisolona, apresentando boa resposta clínica e laboratorial, com contagem plaquetária de 56.000 após o terceiro dia. Após o décimo dia, foi realizada biópsia de medula óssea, sem alterações.

Conclusões/Considerações Finais

A picada de aranha marrom pode induzir a ocorrência de PTI, aumento assim as complicações e mortalidade dos pacientes. Os diagnósticos diferenciais dessa complicação devem ser sempre pensados pelo intensivista, de modo a instaurar o tratamento precoce.

Palavras Chave

Púrpura Trombocitopênica Idiopática; Aranha marrom

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL SAMER - Rio de Janeiro - Brasil, UNILAGO - São Paulo - Brasil

Autores

BARBARA CARDOSO SILVA, OCTÁVIO DRUMMOND GUINA, ISADORA DOS SANTOS TEIXEIRA, ISABELA MARTINS ARAÚJO, DANIELA XAVIER ACCORSI