Dados do Trabalho


Título

EPIDEMIOLOGIA DA TUBERCULOSE NO BRASIL: PARADIGMAS DOS CUSTOS DE INTERNAÇAO HOSPITALAR

Fundamentação teórica/Introdução

A tuberculose (TB) é uma doença desencadeada a partir da exposição ao Mycobacterium tuberculosis e que pode ser prevenida e tratada. Entretanto, mesmo com a possibilidade de cura, é a segunda causa de óbito por doenças infecciosas no mundo, principalmente em populações mais vulneráveis.

Objetivos

A tuberculose (TB) é uma doença desencadeada a partir da exposição ao Mycobacterium tuberculosis e que pode ser prevenida e tratada. Entretanto, mesmo com a possibilidade de cura, é a segunda causa de óbito por doenças infecciosas no mundo, principalmente em populações mais vulneráveis.

Delineamento e Métodos

Estudo transversal seriado relacionado ao tratamento da TB realizado no Brasil entre janeiro de 2014 e dezembro de 2022 e seus devidos custos anuais. Os dados foram coletados do Sistema de Informações Hospitalares no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil. As variáveis selecionadas foram: Tratamento de tuberculose (A15 a A19), autorizações de internação hospitalar (AIH) e valor total.

Resultados

No período analisado foram registradas 154.725 internações e um gasto de R$ 232.226.642,14 para tratamento de TB no Brasil. Houve um padrão crescente das AIH com o passar dos anos, com um aumento de 15,49% de 2014 a 2022. Consequentemente, essa crescente também foi observada no que tange aos gastos, com um aumento de 30,92% nos anos em questão. A região Sudeste concentrou o maior número de casos, totalizando 50,42% das internações para tratamento de TB e o maior percentual de gastos (53,37%), seguida da região Nordeste com 23,30% dos casos. O período de 2019 a 2020 foi o único em que houve queda significativa das internações e gastos correspondentes ao tratamento, com uma redução de 9,71% e 4,61%, respectivamente.

Conclusões/Considerações Finais

O aumento das AIH e, por consequência, do valor investido pelo Sistema Único de Saúde nos últimos 8 anos, estão diretamente ligados a falta de investimento no controle dos fatores de risco que aumentam a exposição à TB. A região Sudeste teve a maior concentração de AIH e custos para o tratamento, seguida pela região Nordeste, com provável associação de suas elevadas densidades demográficas e desigualdades sociais, apresentando populações em vulnerabilidade social. A redução no período de 2019 a 2020 pode ser justificada pela influência da pandemia por Sars-Cov-2 com prioridade dos leitos para a COVID-19. Infere-se, portanto, que a TB gera custos crescentes para os cofres públicos com o tratamento hospitalar e segue sendo uma doença negligenciada e subestimada.

Palavras Chave

Infecções bacterianas; Infecções por Mycobacterium; Tuberculose.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL FEDERAL CARDOSO FONTES - Rio de Janeiro - Brasil, UNIGRANRIO - Rio de Janeiro - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

LUCAS DALSENTER ROMANO DA SILVA, MARCELLE ALVES TORRES DA SILVA, LARA LUZ DE ALMEIDA, JULIA LOPES FIGUEIREDO, BIVAR OLYNTHO DE MELLO E SILVA