Dados do Trabalho

Título

ARRITMIA CARDIACA MEDICAMENTOSA EM DECORRENCIA DO USO DE GLUCANTIME PARA TRATAMENTO DE LEISHMANIOSE VISCERAL: UM RELATO DE CASO

Fundamentação teórica/Introdução

A Leishmaniose Visceral é uma antropozoonose com alta letalidade e incidência na região Norte do Brasil. É caracterizada por sintomas como astenia, perda de peso, edema, que evoluem até a forma mais grave: visceromegalias, trombocitopenias, sangramentos espontâneos e óbito. Logo, o tratamento deve ser precoce e efetivo, visando reduzir a morbimortalidade.
Os medicamentos ofertados como primeira linha de tratamento aos pacientes sem sinais de alarme, as antimonas, exibem boa resposta terapêutica, porém vêm sendo relacionadas ao surgimento de arritmias, dentre elas o aumento do intervalo QT, além do risco aumentado de óbito. O presente relato visa descrever o caso de um paciente com arritmia desencadeada após a utilização de Glucantime para o tratamento da leishmaniose visceral.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente portador de arritmia medicamentosa desencadeada pela utilização de Glucantime para tratamento de leishmaniose visceral.

Delineamento e Métodos

As informações foram obtidas por meio de entrevista com o paciente em abril de 2023, análise de seu eletrocardiograma e revisão de informações colhidas durante uma consulta médica de acompanhamento do curso da doença em questão e sua alteração cardiológica.

Resultados

Paciente A.S.A, masculino, 49 anos, 53 kg, compareceu à consulta da clínica médica para seguimento do tratamento para Leishmaniose visceral, com uso do Glucantime, em sua dose usual de 20 mg/kg/dia, sendo sua dose diária de 1.060 mg, 155 mg abaixo da dose máxima recomendada. Sem alterações nos exames laboratoriais acerca das funções hepática e renal, porém com seu eletrocardiograma mais recente evidenciando prolongamento do intervalo QT. Não apresentava nenhum fator de risco conhecido para tal alteração eletrocardiográfica.
Apresentava-se sem quaisquer alterações referentes a perda de peso, cefaleia, astenia ou sangramentos. Negou uso de outros medicamentos. Assim, a hipótese diagnóstica era arritmia medicamentosa desencadeada por Glucantime. Foi relatado que em uso anterior do Glucantime para a mesma doença, surgiu a mesma alteração eletrocardiográfica, e a conduta foi a troca por Fungizon, com a qual não houve êxito no tratamento, e foi decidido retornar com o Glucantime.

Conclusões/Considerações Finais

A 1ª linha de tratamento para leishmaniose visceral é prescrita há mais de 50 anos, porém só estudos recentes apontam as arritmias como um de seus graves efeitos adversos. Por este relato, reafirma-se a relevância de novas pesquisas, a fim de propor soluções para otimizar seu uso e minimizar seus efeitos adversos.

Palavras Chave

Leishmaniose visceral, Glucantime, arritmias

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Área

Clínica Médica