Dados do Trabalho


Título

PARAPARESIA ESPASTICA TROPICAL: UMA GRAVE CONDIÇAO ASSOCIADA AO HTLV-1

Fundamentação teórica/Introdução

A infecção crônica pelo vírus-T linfotrópico humano tipo 1 (HTLV-1) pode levar a complicações neurológicas, como a paraparesia espástica tropical, e hematológicas, como a leucemia de células T do adulto. Ambas são condições graves e podem estar associadas à morbidade e mortalidade mais elevadas. A mielopatia é progressiva e leva a sequelas que limitam a vida do paciente, como distúrbios na marcha, complicações motoras progressivas, disfunção erétil, bexiga neurogênica e infecções urinárias de repetição.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente que se apresenta com quadro de mielopatia associada à infecção pelo HTLV-1, até então sem diagnóstico, e ressaltar a importância do rastreio viral, em especial em áreas endêmicas, no sentido de prevenir a sua transmissão.

Delineamento e Métodos

Relato de caso desenvolvido a partir de informações obtidas em revisão de prontuário, entrevista com o paciente, registros de exames complementares e revisão da literatura.

Resultados

Homem, 45 anos, com queixa de fraqueza muscular progressiva em membros inferiores nos últimos 4 anos, associada a prejuízo na capacidade de deambulação. Ao exame físico, apresentava-se com força muscular grau II/III e reflexos exacerbados em membros inferiores, em especial o reflexo patelar, espasticidade na marcha e sinal de Babinsk presente bilateralmente. Revelava-se, então, como uma lesão a nível central e piramidal. A ressonância nuclear magnética de crânio e neuro eixo mostraram-se sem alterações e a pesquisa sorológica para HTLV-1 foi positiva, sendo confirmada pelo western blot. Realizado rastreio da infecção na família (esposa e filha), que se mostrou positivo, além de aconselhamento e direcionamento à equipe de apoio multidisciplinar com fisioterapia motora, psicoterapia e seguimento clínico junto à neurologia e infectologia.

Conclusões/Considerações Finais

Por estar associada a complicações potencialmente severas, a pesquisa sorológica para o HTLV-1 se faz necessária, principalmente em áreas endêmicas, onde a transmissão parenteral, sexual e vertical, incluindo a transmissão pelo aleitamento materno, é relativamente frequente. Dessa forma, minimiza-se a transmissibilidade da infecção.

Palavras Chave

Paraparesia Espástica Tropical; Infecções por HTLV-1; Doenças na Medula Espinhal.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

MARINA FABER DA SILVA CARNEIRO, FLÁVIO RIBEIRO PEREIRA, LETICIA AYD BITTENCOURT , GABRIEL LISBÔA PEREIRA