Dados do Trabalho


Título

HEPATITE AGUDA ASSINTOMATICA INDUZIDA PELO CONSUMO DE SHOT DE CURCUMA E CHA DE CAVALINHA. RELATO DE CASO.

Fundamentação teórica/Introdução

Fundamentação teórica/Introdução: A lesão hepática induzida por ervas (LHIE) é a produção de danos hepáticos devido ao consumo de produtos naturais na forma de suplementos dietéticos e terapêuticos, o qual vem aumentando nos últimos anos. A cúrcuma (Curcuma longa L) e chás, como os de boldo (Peumus boldus) e cavalinha (Equisetum arvense), comumente consumidos no Brasil, são alguns dos agentes relatados por causarem LHIE.

Objetivos

Objetivos: Relatar um caso de hepatite aguda assintomática induzida pelo consumo de cúrcuma e chá de cavalinha.

Delineamento e Métodos

Delineamento e Métodos: Relato de caso a partir da análise do prontuário da paciente, descrevendo a anamnese, exames laboratoriais e de imagem, evolução clínica e laboratorial, além de revisão bibliográfica.

Resultados

Resultados: Paciente do sexo feminino, caucasiana, 64 anos, portadora de hipertensão arterial sistêmica e em uso de terapia de reposição hormonal (TRH) há vinte anos, realizou exame laboratorial de rotina para acompanhamento de hipercolesterolemia isolada. A análise laboratorial evidenciou elevação assintomática de enzimas hepáticas (aspartato aminotransferase [AST] 122 U/L, alanina aminotransferase [ALT] 160 U/L e gama glutamil transferase [gama GT] 107 U/L), além do aumento de bilirrubina total (1,56 mg/dl), bilirrubina direta (0,56 mg/dl) e ferritina (310,1 ng/ml). Tais alterações laboratoriais ocorreram aproximadamente três semanas após iniciar o consumo diário de uma colher de sopa de chá de cavalinha e “shot” contendo uma colher de chá de cúrcuma, um limão espremido e dez gotas de própolis, com o objetivo de perda ponderal. Na história patológica pregressa não há relato de doença hepática anterior. Descartada etiologia viral e autoimune, perfil de ferro, ceruloplasmina e cobre sérico sem alterações. A ultrassonografia de abdome superior com Doppler evidenciou aumento da ecogenicidade do parênquima hepático que sugere presença de infiltração gordurosa discreta. Assumida a hipótese de hepatite aguda induzida por ervas. Foi orientado o cessamento do uso de cúrcuma e chá de cavalinha, além da suspensão da TRH. Após três meses, observou-se queda significativa das enzimas hepáticas (AST 32 U/L, ALT 38 U/L e gama GT 39 U/L).

Conclusões/Considerações Finais

Conclusão/Considerações finais: A lesão hepática induzida por ervas é um diagnóstico cada vez mais frequente, o que reforça a necessidade de se utilizar ervas medicinais de forma cautelosa até que sejam estabelecidas melhores evidências sobre seus efeitos hepatotóxicos.

Palavras Chave

Hepatite aguda, Lesão hepática por ervas, chá cavalinha, cúrcuma

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

ALESSANDRA OLIVA, IGOR FONSECA RANGEL, MELINA ALMEIDA DIAS TORRES