Dados do Trabalho


Título

ESPONDILODISCITE COM OSTEOMIELITE APOS PIELONEFRITE ENFISEMATOSA

Fundamentação teórica/Introdução

Espondilite piogênica é um termo que se refere tanto a osteomielite vertebral quanto à discite (1). Sua principal causa é a disseminação hematogênica, mas também pode surgir como contiguidade de focos infecciosos locorregionais. A espondilodiscite é uma doença rara em adultos e está associada a elevada morbimortalidade, devido à dificuldade de diagnóstico. É responsável por 2-4 % dos casos de osteomielite (2). O tratamento deve incluir a compensação clínica do paciente, antibioticoterapia e intervenção cirurgia. (3)

Objetivos

Relatar um caso de Espondilodiscite com Osteomielite.

Delineamento e Métodos

Coleta de dados através da revisão de prontuário eletrônico (Micromed) e exames de imagem, associado a revisão de literatura.

Resultados

Paciente NMD, 69 anos, feminina, apresentou quadro de choque séptico por pielonefrite enfisematosa em outubro/2022, por Klebsiella pneumoniae sensível a Carbapenêmicos. Foi tratada com Meropenem, com boa resposta clínica. Logo após a alta, iniciou com dor lombar intensa e incapacitante, procurando o hospital após três meses. Não apresentava déficits neurológicos ao exame físico.
Nos exames complementares, leucocitose de 14.850 mm³ (valor de referência (VR) – 4.500 a 10.000 mm³), proteína C reativa de 98,64 mg/L (VR – inferior a 10 mg/L), parcial de urina com presença de leucocitúria >1.000.000 e bacteriúria. A tomografia computadorizada (TC) de abdome evidenciou coleção renal esquerda. A TC de coluna evidenciou achados de espondilodiscite T11-T12, com destruição dos platôs discais vertebrais/osteomielite.
Com base na análise do caso, foi definido o diagnóstico de Espondilodiscite com osteomielite por contiguidade. Iniciado antibioticoterapia com Meropenem. A paciente foi submetida a cirurgia ortopédica para desbridamento da osteomielite e artrodese. Abordagem cirúrgica pela urologia para drenagem do abcesso renal após respostas insuficiente com drenagem percutânea. Todas as culturas coletadas nos procedimentos foram negativas. Foram 70 dias de antibioticoterapia durante tratamento, interrompidos por critérios de normalização de provas inflamatórias (PCR) e imagem de controle. Paciente com condição de alta hospitalar e orientado seguimento de controle com Ortopedia.

Conclusões/Considerações Finais

A espondilodiscite deve ser um diagnóstico lembrado no contexto de quadros infecciosos que evoluam com dor intensa de característica neuropática.
O tratamento é longo e deve incluir, além de antibioticoterapia, procedimentos cirúrgicos para controle do foco infeccioso e desbridamento das áreas de osteomielite.

Palavras Chave

Espondilodiscite; osteomielite; doenças da coluna vertebral

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

. HOSPITAL REGIONAL DE SÃO JOSÉ DOUTOR HOMERO DE MIRANDA GOMES - Santa Catarina - Brasil, UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CARATINA - Santa Catarina - Brasil

Autores

THAIS TEIXEIRA DUARTE, MIRELA BRACALE, AMANDA MALLMANN PIVA, FRANCINE BAGNATI, EDUARDO ROSA SILVA