Dados do Trabalho


Título

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUEMICO EM PACIENTE HIGIDO 12 DIAS APOS INFECÇAO POR DENGUE

Fundamentação teórica/Introdução

Considerada endêmica no Brasil, as infecções por dengue - transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti – continuam a ocorrer e podem trazer junto a elas quadros clínicos atípicos, que tornam-se um verdadeiro desafio diagnóstico.

Objetivos

O presente relato tem como objetivo ilustrar uma apresentação bastante rara de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) Isquêmico após uma infecção por dengue, sendo uma manifestação neurológica pouco frequente relacionada a esta infecção.

Delineamento e Métodos

Relato de caso de um paciente atendido em ambiente hospitalar com finalidade descritiva e de abordagem qualitativa. As informações foram obtidas por meio da análise do prontuário médico e de uma breve revisão da literatura na base de dados PUBMED. Os descritores utilizados foram "Dengue”, “complicações neurológicas”, “complicações vasculares”.

Resultados

Paciente masculino, 53 anos, hígido e sem histórico prévio de doenças neurológicas, apresentou febre alta, dor de cabeça intensa e dores musculares após ser infectado pelo vírus da dengue. Após 12 dias, evoluiu com hemiparesia gradualmente progressiva bilateral e foi levado ao serviço de emergência. Na admissão, a Ressonância Magnética Cerebral revelou áreas de isquemia envolvendo o córtex na convexidade frontoparietal. O Ecodoppler revelou estenose de 30-40% na artéria carótida comum. O paciente foi diagnosticado com AVC Isquêmico e recebeu tratamento imediato com terapia trombolítica e medidas de suporte. Durante sua recuperação, recebeu tratamento de reabilitação para melhora de suas habilidades motoras e de comunicação, com recuperação parcial, mantendo apenas força reduzida no membro superior direito e disartria leve.

Conclusões/Considerações Finais

O desenvolvimento de AVC após infecção por dengue é uma complicação incomum, mas potencialmente grave, que geralmente se apresenta na forma hemorrágica, sendo rara a descrição do AVC isquêmico. Alguns dos mecanismos patogênicos postulados foram o estado de hipercoagulabilidade transitória e alterações plaquetárias que ocorrem durante a infecção. O reconhecimento precoce dos sintomas neurológicos em pacientes com dengue é fundamental para um tratamento adequado. Dessa forma, nota-se a importância da investigação minuciosa da história clínica juntamente com achados de imagem. O relato torna-se, portanto, um instrumento de discussão e reitera a necessidade de considerar o AVC isquêmico como uma apresentação da dengue.

Palavras Chave

dengue, acidente vascular cerebral isquêmico, complicações vasculares

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

SHEMA EL-LADEN HAMMOUD, LUÍSA ZINDELUK ROTENBERG, THIAGO DOMINGUES DE OLIVEIRA , GIOVANNA REIS COELHO , MAYARA SILVA MARQUES