Dados do Trabalho


Título

CELIACOS APRESENTAM MAIS RISCO DE DESENVOLVER TRANSTORNOS ALIMENTARES?

Fundamentação teórica/Introdução

Introdução: A doença celíaca (DC) é uma doença autoimune crônica, desencadeada e mantida pelo glúten em indivíduos geneticamente susceptíveis. O único tratamento disponível para a doença é a dieta sem glúten, o que pode interferir na qualidade de vida do paciente. Os transtornos alimentares (TA) levam a comportamentos alimentares perigosos que podem desencadear, além de problemas físicos, problemas psicológicos, comprometendo a saúde física e o funcionamento psicossocial.

Objetivos

Objetivo: Este estudo analisou a prevalência de transtornos alimentares em pacientes celíacos brasileiros.

Delineamento e Métodos

Métodos: A pesquisa online foi realizada por meio de um estudo observacional com delineamento transversal analítico, que incluiu um grupo de celíacos maiores de 18 anos que aceitaram participar da pesquisa e um grupo sem a doença, com características semelhantes para comparação . O formulário continha uma breve explicação do estudo e três questionários: um questionário socioeconômico, um questionário sobre doença celíaca, um questionário sobre transtornos alimentares (EAT-26) e um endereço de e-mail para contato.

Resultados

Resultados: No total, foram coletadas 835 respostas. Após a aplicação dos fatores de inclusão e exclusão, foram computadas 741 respostas. Desses, 484 eram do grupo celíaco e 257 eram do grupo controle. Comparando os dois grupos, celíacos e controles, não foi observada diferença significativa (P=0,39) entre o número de indivíduos em risco de desenvolver TA. Tanto o grupo controle quanto os celíacos apresentaram alto risco para desenvolver transtornos alimentares, sendo que o grupo celíaco apresentou 34,2% de risco e o grupo controle, 37,7%. Além disso, entre os celíacos, observamos pontuações significativamente mais altas no EAT-26 em pessoas com depressão (P = 0,0013), dificuldade em conviver com a doença (P < 0,0001) e naqueles insatisfeitos com o peso (P < 0,0001).

Conclusões/Considerações Finais

Conclusão: Na amostra analisada, não foi identificado maior risco de transtornos alimentares em pacientes com doença celíaca em relação ao grupo controle. No entanto, em geral, cerca de 1/3 dos entrevistados em cada grupo apresentou escores associados ao risco de transtornos alimentares. Entre os pacientes celíacos, a depressão, as dificuldades em conviver com a DC e a insatisfação com o próprio peso foram associados a um maior risco de transtorno alimentar.

Palavras Chave

Doença celíaca
Transtornos alimentares
Glúten
Celíacos
Risco

Arquivos

Área

Clínica Médica

Autores

THAIS CAROLINI ROTH, ANA CLARA MAIER TECHY, GRÁCIA FURIATTI DE BIASSIO, CAROLINA STAICHOK, LUANI RISSO CARDOSO