Dados do Trabalho


Título

AUTONOMIA NO TRANSPLANTE INTERVIVOS: FATORES QUE PERMEIAM A LIBERDADE DE ESCOLHA DO DOADOR

Fundamentação teórica/Introdução

O transplante intervivos consiste em um procedimento cirúrgico realizado a partir da transferência de um órgão de um indivíduo saudável para um receptor doente. Nesse âmbito, existe um paradigma ético que abrange os fatores considerados na decisão de doar em concomitância com a preservação da autonomia do doador.

Objetivos

Analisar as motivações intrínsecas e extrínsecas que envolvem o processo de decisão pelo transplante intervivos, enfatizando a importância da liberdade de escolha do doador.

Delineamento e Métodos

Foi realizada uma revisão bibliográfica na base de dados ‘‘Google acadêmico’’, com os descritores “transplante” e “intervivos” no título dos artigos, entre o período de 2005 a 2022.

Resultados

Dos 43 resultados gerados, 11 foram pré-selecionados para leitura, dos quais 4 abordaram a temática pretendida para essa revisão. A doação é um ato social individual que se expressa por e mediante a coletividade. Responde a diversas motivações pessoais, coletivas e necessidades institucionais e tem diferentes formas de expressão que são modeladas pelo ambiente social em que estão inseridas, além de concentrar elementos de toda ordem: religiosos, econômicos, políticos, socioculturais, simbólicos etc (LAZZARETTI, 2007). Observa-se um movimento familiar de negociação quanto à tomada de decisão daqueles que se dispõem a participar desse processo. Assim, é importante compreender as expectativas das pessoas envolvidas em relação à oferta do doador e à aceitação do órgão pelo receptor, sendo fundamental o apoio mútuo familiar para possibilitar o transplante (CRUZ et al, 2015). Mesmo diante dos benefícios apresentados, o processo do transplante com doador vivo não é simples. Trata-se de um processo demorado, pois envolve aspectos éticos, bem como avaliações específicas de receptor e doador. (CRUZ et al, 2015) No transplante intervivos, é essencial a preservação da saúde do doador, já que geralmente é pessoa saudável (COELHO et al., 2005) A legislação brasileira orienta que não poderá haver prejuízo evidente ao doador e que este deve estar ciente dos riscos, sendo a decisão de doar soberana àquele que se dispõe ao ato (KOHLSDORF, 2017). Num contexto no qual a vida de uma pessoa depende de uma decisão dessa ordem, é inevitável a ocorrência de influências que podem limitar a liberdade de decisão do doador. Ou no mínimo questionar se é permitida tão ampla autonomia para a tomada de decisão tão importante e com risco de morte para ajudar seu semelhante (LAZZARETTI, 2007). Além do mais, o transplante deve alterar muito pouco a qualidade de vida do doador, permitindo rapidamente o retorno completo a todas as atividades usuais (COELHO et al., 2005).

Conclusões/Considerações Finais

Diante do exposto, pela relevância da tomada de decisão, conclui-se pela necessidade de avaliar todos os fatores relevantes da doação, considerando a qualidade de vida de ambas as partes, doador e receptor, além das condições socioculturais envolvidas. No entanto, garantir a total autonomia do doador é imprescindível para concretizar a ação, bem como o incentivo a novas doações.

Palavras Chave

Autonomia; Doação; Transplante.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Oeste de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

ANA CRISTINA FELIPE PARREIRA, ANA LAÍSA GNIECH, NATHALIA REGINA GNIECH