Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: USO DE BARICITINIBE EM PACIENTE COM COVID-19

Fundamentação teórica/Introdução

A resposta imunológica dos pacientes com COVID-19 é excessiva e pode resultar em um mau prognóstico, que em graves estados, apresentam concentrações altas de citocinas pró-inflamatórias. A IL-6 inibe a ativação de outras citocinas pró-inflamatórias, gerando uma resposta hiper-inflamatória. Dessa maneira, após muitos estudos, uma alternativa terapêutica seria o Baracitibe, que é capaz de modular a ação da IL-6 e ser adjuvante ao tratamento do COVID-19.

Objetivos

Relatar caso de uso de baricitinibe em paciente com COVID-19.

Delineamento e Métodos

Coleta de dados em prontuário hospitalar.

Resultados

Paciente masculino, 66, DM, HAS, dislipidemico, obeso, com esteatose hepática e angioplastia há 10 anos por cardiopatia isquêmica. Da entrada em hospital com diagnóstico de pneumonia por COVID-19 com hipossaturação, 78% em ar ambiente, dispneico, com necessidade de máscara de alto fluxo (MAF) 10L/min. No momento da admissão em UTI, paciente encontra-se em REG, respirando por MAF, orientado, consciente, contactante, normotenso, Glasgow 15, RASS 0, pupilas isocóricas, sem sedativos. Vale lembrar que o paciente não tomou vacina para COVID-19. Ao exame físico: cardiovascular sem alterações, com perfusão regular, confortável, eupneico, presença de MV diminuídos bilateralmente e roncos na ausculta pulmonar, abdominal sem alterações. SSVV: 143x97, FC 117, ECG/monitor apresentando taquicardia sinusal e situação estável, FR 15 em VNI, sat. 98%. TC de tórax: comprometimento pulmonar de 50%, múltiplas opacidades reticulares entremeadas com atenuação em “vidro-fosco”, relacionado a pneumopatia viral. Hemocultura negativa para crescimento bacteriano. Urocultura: S. haemolyticus. Bactrin. Ficou 17 dias em internamento hospitalar, sendo 8 deles em UTI. Fez o uso de ceftriaxona, azitromicina e baricitinibe por 8 dias, bactrim, vancomicina, meropenem e itraconazol. Evoluiu com melhora do quadro e alta hospitalar com suspensão dos antibióticos, solicitação de TC de tórax de controle ambulatorial e encaminhamento para pneumologista e infectologista para acompanhamento.

Conclusões/Considerações Finais

O baricitinibe tem como mecanismo de ação a inibição da Janus quinase (JAK), além dos efeitos imunomoduladores, pressupõe que tenha efeitos antivirais agindo na inibição da via de sinalização da IL-2, IL-6, IL-10, interferon-γ e fator estimulador de colônias de granulócitos macrófagos, que encontram-se em grande quantidade nos casos graves de COVID-19. Dessa forma, há o comprometimento da proteína quinase 1 do SARS-CoV-2, impedindo sua entrada nas células.

Palavras Chave

Baricitinibe, COVID-19, coronavírus, SARS-CoV-2, Janus quinase.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Unipar - Paraná - Brasil

Autores

KARINA DETOFOL, FERNANDA ANDRADE FORMIGHIERI, LARA MARIA SOUZA MARCONDES COLOGNESI, NATHALIA HEVELLYN SCHERER, RAPHAEL CHALBAUD BISCAIA HARTMANN