Dados do Trabalho


Título

COMPROMETIMENTO COGNITIVO E MORTALIDADE EM IDOSOS COM CONDIÇOES AGUDAS: A IMPORTANCIA DE AVALIAR DELIRIUM E DEMENCIA NO PRONTO-SOCORRO

Fundamentação teórica/Introdução

Fundamentação teórica/Introdução: Demência e delirium são condições comuns em idosos em cuidados hospitalares. Porém, essas condições, não raro, passam despercebidas nos setores de urgência e emergência com alto fluxo de pacientes. Não se sabe se a triagem concomitante de delirium e demência poderia melhorar a detecção precoce do risco de morte já na admissão do pronto-socorro.

Objetivos

Objetivos: Avaliar o impacto da detecção rápida à beira leito de delirium e demência na estratificação do risco de morte em 30 dias de idosos internados a partir do pronto-socorro.

Delineamento e Métodos

Delineamento e Métodos: Coorte prospectiva com pacientes ≥65 anos internados a partir do pronto-socorro. A cognição foi avaliada por profissionais treinados na admissão pelo brief Confusion Assessment Method (bCAM) e, aqueles sem evidência de delirium foram submetidos ao 10-Point Cognitive Screener (10-CS), uma bateria de 2 minutos validada para detectar demência. Foi verificado se havia ou não o diagnóstico prévio de demência. Assim, o status cognitivo foi definido como: demência e delirium ausentes; apenas demência; apenas delirium; ou ambos presentes. Usamos modelos de riscos proporcionais de Cox para avaliar a associação do status cognitivo com mortalidade em até 30 dias após admissão hospitalar, sendo ajustados para fatores sociodemográficos e clínicos.

Resultados

Resultados: Em um total de 830 pacientes, com média de idade de 80 (±8,7) anos, sendo 53% homens, 232 (28%) foram classificados com demência apenas, 57 (7%) com delirium apenas e 114 (14%) com demência preexistente e delirium. Comparados aqueles sem delirium e demência, observou-se risco aumentado de morte nos pacientes com demência apenas (hazard ratio ajustado [aHR]=3,4; intervalo de confiança de 95%[IC95%]=1,1-10,3; p=0,03), delirium apenas (aHR=9,0; IC95%=2,8-28,6; p<0,001), e com ambas condições (aHR=5,0; IC95%=1,6-15,5; p=0,006). Comparações entre áreas sob a curva ROC mostraram que a adição do rastreio de delirium e demência às informações sociodemográficas e clínicas melhoraram a acurácia para detectar o risco de morte (AUROC=0,84 vs. 0,79; p=0,03).

Conclusões/Considerações Finais

Conclusões/Considerações Finais: A triagem cognitiva ajuda os médicos do pronto-socorro a identificar melhor os pacientes idosos com alto risco de morte. Esse modelo ampliado, porém, pragmático, composto pelo 10-CS e bCAM aplicados à beira leito em poucos minutos, pode ser uma excelente opção para detecção de alterações cognitivas em ambientes agudos concorridos, como prontos-socorros.

Palavras Chave

Delirium; Demência; Serviços Médicos de Emergência; Testes de Estado Mental e Demência.

Arquivos

Área

Clínica Médica

Instituições

Disciplina de Geriatria, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil, Faculdade de Medicina de Marília, Famema - São Paulo - Brasil, Instituto de Ensino e Pesquisa, Hospital Sírio-Libanês - São Paulo - Brasil

Autores

GABRIEL STANZIOLA DE MORAES, ISADORA DEZAN MARTINI, MARCELA DOS SANTOS ARRUDA, PEDRO KALLAS CURIATI, MÁRLON JULIANO ROMERO ALIBERTI